A falta da falta!

A falta da falta!

Raul Tartarotti 

Qual é o tamanho de seu universo, onde se encontram os que você se relaciona e mantém a memória de seus antepassados.

Ele cabe em sua gaiola mental que demonstra a frágil tentação em imaginar uma possibilidade de liberdade. Por vezes, nos faz ter medo em avançar para novos rumos, mas que durante o caminho em verdade voz digo, a única coisa que devemos temer é o próprio medo. Assim surgem expressões no rosto como símbolo de uma trajetória, e como o tempo é o tecido de nossas vidas, o desenho em sua face demostra a diferença entre a experiência e a vivência.

A experiência é aquele momento que você compartilha através de uma história bem contada e que deseja que outros saibam os detalhes que lhe marcaram.

A vivência é nossa existência que acontece todos os dias no mesmo instante que respiramos para nos manter ainda por aqui.

A psicanalista Maria Rita Kehl em seu livro “O Cão e o Tempo”, escreve para nós, leigos no pensar, que aquilo que abate o depressivo é a falta da falta, podendo ser entendida pela inexistência do que fazer, ou uma vida vazia, que não foi preenchida com alguma atividade útil e prazerosa.

A poeta Anne Sexton confirmou isso quando escreveu que suas sessões de psicanálise estavam servindo para ocupar seu vazio de mulher “selvagemente só”. Ela é uma das mais expressivas escritoras dos EUA, e sua estreia no Brasil se dá num momento em que proliferam obras de qualidade sobre a relação dos escritores com a saúde mental.

Rosa Montero escritora espanhola publicou “O Perigo de estar lúcida” onde descreve a ligação entre a criatividade e aquilo que chama de loucura, e que também se inclui nessa mesma cesta de neuroses, descritas nesse pensar sobre o funcionamento da mente dos artistas.

Outros autores se dedicam a falar sobre suas demências, como o francês Emmanuel Carrére em seus livro “Ioga” escrito na temporada que o autor se retirou em uma instituição psiquiátrica.

Assim como os segredos que se espalham em segredo, o livro “O que eu gostaria que as pessoas soubessem sobre demência” não é uma tese com estatística para comprovação, é a pura experiência de vida da escritora americana Esmé Wang.

Como tantos outros escritores especiais, lembrei de um muito espirituoso que nos deixou um recado importante: “Embora ninguém possa voltar e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora, e fazer um novo fim”.

(Francisco Cândido Xavier)

@raultarr

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