Aceitação Radical

Por Renata Dabus Gozzo
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Aceitação Radical

Você é capaz de reconhecer e sustentar os sentimentos mais difíceis e reconhecer que essa ação promoverá uma melhor qualidade na relação consigo e com a sociedade?

Essa é a proposta apresentada no livro “Aceitação Radical” da autora Tara Brach.  O termo “Aceitação Radical” foi normalizado pela psicóloga clínica, palestrante e professora Tara Brach através de uma abordagem que une a psicologia e práticas orientais e condução de retiros de meditação.

No livro, Tara Brach nos conduz na narrativa de que na sociedade ocidental, é lugar comum no acreditarmos que “há alguma coisa errada comigo”. Essa afirmação vem da inquietude da necessidade de entregar cada vez mais, da desgastante competição contínua, da necessidade de autoafirmação e de comprovação de valor. Por vezes, vem acompanhada de um sentimento de deficiência pessoal atrelada à uma sensação de insegurança e de indignidade. Basta um pequeno incidente (seja o emprego novo de alguém, ser criticado ou se deparar com determinada postagem na rede social) para sentirmos a insuficiência.

Nessa narrativa, a autora apresenta os muitos aspectos da nossa vida que podem mudar quando aplicamos a aceitação radical.

De fato, se prestarmos atenção na forma como vivemos a rotina diária e como experimentamos as emoções de cada dia, teremos a oportunidade de reconhecer que nos afastamos cada vez mais de nossos desejos autênticos, nossos anseios profundos de amor e pertencimento.  Nessa desconexão, optamos viver entorpecidos e anestesiados para não nos sentirmos frágeis e nos mantermos mais produtivos.

Essa desconexão ocorre, principalmente, devido aos problemas decorrentes de uma vida baseada na Infodemia e no automatismo que envolvem além da eterna competição; constante necessidade de reconhecimento e a escassez de tempo e de relações significativas que são reflexos de uma vida balizada por padrões estéticos, de valores e de consumo modulados pela sociedade e explorados pelas redes sociais.

Como consequência, o “Ter” e o “Ser” se confundem em um ritmo cada vez mais frenético e desconexo onde apenas um recebe investimento e energia evidenciando assim, o distanciamento entre o “eu ideal” do “eu real”. Estamos tão viciados em julgar e desconfiar de nós mesmos, a conviver com eternas competições na busca para (sobre)vivermos no automatismo da vida que, o menor gesto sincero de empatia e respeito pode nos proporcionar uma transformação radical.

Contudo, se estivermos atentos aos nossos desejos e às sensações que o nosso corpo nos informa, teremos a possibilidade de cultivar a visão, a empatia e a compaixão atingindo assim a aceitação radical que nos possibilita experienciar sensações de prosperidade e completude. Esse despertar e essa construção é imprescindível, principalmente, em nosso próprio processo de aceitação.

Ao nos permitirmos tomar consciência sobre o que sentimos e sobre as nossas necessidades, nos permitiremos avançar na jornada da aceitação radical.

Durante as Rodas do clube do livro e durante as sessões de mentoria, percebo que essa é uma questão difícil para as pessoas, pois, somos criados e desenvolvidos em uma sociedade que não nos encoraja, ensina ou motiva a encararmos os nosso medos e inquietudes de frente, ao contrário, apresenta como se sentir dor tornasse as pessoas incapazes, frágeis ou improdutivas. E neste processo, nos encoraja a ser falsos amigos de nós mesmos – de expulsar ou ignorar nosso lado mais sombrio.
O desenvolvimento vem do aprendizado, do reconhecimento e das escolhas. Reconhecer as dores e medos e sustentá-los no processo do reconhecimento e da aceitação é a chave para nos levar a um novo patamar.  O status quo precisa mudar e movimentos colaborativos vem provocar e subsidiar a troca de percepções e identificação de problemas como fomentadores de mudança.

“A Aceitação Radical é a disposição de experimentar a vida e a nós mesmos exatamente como somos. Um momento de Aceitação Radical é um momento de liberdade genuína.”   Tara Brach.

Se você ficou interessado em conhecer um pouco mais sobre a minha curadoria, visite o Instagram @na_minha_estante_tem_um_livro.

 

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Renata Dabus Gozzo, 41 anos, Especialista em Mentoring pela PUC-RS, Mentora Associada do Instituto de Mentores.

 

 

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