A imposição do sol sobre a noite!

A imposição do sol sobre a noite!

Raul Tartarotti 

Um pouco de ciência e muita cultura, é o resultado de uma especialização não compensada em nossa natureza, mas quando há mais “homens de ciência” como nunca, e muito menos homens “cultos”, observamos a falta de maturidade como entendimento pessoal adulto, que é mais lenta que a velocidade do desenvolvimento, e para muitos intangível.

 

Newton criou seu sistema físico sem saber sobre filosofia, mas Einstein precisou se saturar de Kant para chegar a sua aguda síntese.

 

A ciência sempre foi dependente de muita dedicação, e uma geração melhor para construir um espeto giratório novo e proveitoso.

 

Nada surge por decurso de prazo, apenas a velhice de nossos corpos, frágeis testemunhas de uma história respirada com a alma.

 

Os detalhes sórdidos de uma pesquisa, soam como cordas afinadas no surgir de uma nova teoria, sem sintomas preocupantes de rejeição.

 

A construção clara de uma ideia depende e muito do homem em movimento, destemido e crítico, focado no bem de seu povo, podendo chegar em escalas mundiais se assim houver eco.

 

Muito diferente dos pensamentos egocêntricos sem limites de vaidade e orgulho besta, como o foram de Guilherme II, Kaiser Alemão que levou aquele povo a I Guerra Mundial, um monstro com sangue nos olhos, esfacelou jovens de 19 anos, jogando-os para a morte, em uma luta que rendeu apenas alguns metros de terreno a frente, como mostra o filme “Nada de novo no front”, dirigida por Edward Berger.

 

O armistício assinado em novembro de 1918, libertou famílias do sacrilégio de nunca poder enterrar seus mortos.

 

Logo após a abdicação do Kaiser, a paz reapareceu como fruto da união do esforço dos homens de bem.

 

O povo é parte que não atua por si mesmo, veio ao mundo para ser dirigido, influenciado, representado e organizado, até deixar de ser massa.

 

Por isso sem os homens excelentes a humanidade não existiria no que tem de mais essencial. Porque o homem é um ser forçado a buscar uma instância superior, caso contrário é um homem massa como escreveu José Ortega Y Gasset, em seu livro ” A Rebelião das Massas”.

 

Nos disse que no final das contas, se os homens procuram liberdade, deverão o fazer não aceitando seu próprio destino, ou seja, contra si próprios.

 

Quase como a imposição do sol sobre a noite, que diariamente corre para o outro lado do planeta azul as pressas para não se desfazer tão cedo, carregado de energia, e rotineiramente franco com nossas manhãs, iluminando gestos banais como desligar o despertador para avisar que chegou.

@raultarr

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