PAIXÕES NAS TELAS

PAIXÕES NAS TELAS.

Antônio Pimentel

Tenho paixões que brotam das telas. Cinemas e televisões me proporcionam paixões delicadas, sossegadas, sem tensões e afobamentos. Há anos, vira e mexe, uma nova mulher desperta minha atenção e meu afeto. Dura um tempo, a bela é fonte de observações, conjecturas impossíveis, e vai esmaecendo, sem desaparecer. Tenho uma lista de belas atrizes povoando minha memória afetiva. Há meses, uma nova paixão ronda minha vida.

Um dos meus primeiros amores cinematográficos foi a atriz e cantora francesa Marie Laforêt, linda no filme O Sol por Testemunha (direção de René Clément, 1960), primeira adaptação do livro “O Talentoso Mr. Ripley”, de Patricia Highsmith. Laforêt é Marge e vive embolada na tumultuada e criminosa relação entre os personagens vividos por Alain Delon e Maurice Ronet. O que me encantou foi seu olhar e sua suavidade. Pesquisei e descobri: Laforêt morreu em 2019, aos 80 anos. Na época do filme, tinha 21 anos e um jeito encantador. Jeito, essa coisa um tanto vaga e subjetiva, é tudo para mim. Olhos as mulheres pelo jeito delas, o conjunto.

No início da década de 1980, ao ver a novela Sol de Verão (criação de Manoel Carlos), descobri minha mais duradoura paixão televisiva, a linda Irene Ravache. Seu olhar e seu sorriso são marcantes. Contracenado com Jardel Filho, que morreu durante a novela, Irene foi paixão fulminante e persistente. Hoje, idosa e rara presença, segue com sua beleza e charme.

A atriz Jennifer O’Neill, que nasceu no Rio de Janeiro, me fisgou com sua presença encantadora no filme Verão de 42 (direção de Robert Mulligan, 1971). Sua beleza, a trama e a música do filme encantaram muitos marmanjos pelo mundo. Muita gente sonhou com o encontro e a noite vividos por Dorothy (Jennifer) e o adolescente Hermie (Gary Grimes). Eu sonhei.

Rachel Weisz é paixão desde O Jardineiro Fiel (direção de Fernando Meirelles, 2005). Ela tem beleza discreta; uma sensualidade à espreita, revelada no olhar, no sorriso, no jeito de andar. Rachel é paixão de risco. Não esqueço que ela é casada com James Bond (Daniel Craig), que tem autorização para matar, mesmo aposentado. E mata de inveja.

Naomi Watts é paixão atual. Venho observando essa atriz anglo-australiana faz tempo. Aos poucos, ela virou paixão. Vê-la nas mãos de King Kong (direção de Peter Jackson, 2005) despertou minha atenção, que se aprofundou com sua linda presença em filmes como Diana (direção de Oliver Hirschibiegel, 2013), Refém do Medo (direção de Farren Blackburn, 2016) e O Despertar de uma Paixão (direção de John Curran, 2016). Semana passada a revi no filme Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos (Woody Allen, 2010). É uma mulher elegante e bela. Tem um charme adicional: os dois dentes superiores da frente com suave proeminência, ares de coelhinha.

Nas telas, mulheres bonitas e charmosas nos oferecem momentos de contemplação e alegria. São bálsamos benignos, como disse o poeta Caetano Veloso. Ver e sonhar. Naomi faz isso comigo atualmente. Como suspirava o atrapalhado Tutuca (o ator Usliver João Baptista Linhares): “Ah, se ela me desse bola…”

 

@antoniopimentelbh

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