Epopeia de Gilgamesh

Epopeia de Gilgamesh

Raul Tartarotti
Você que olha suas rugas no espelho, caminha com sapatos ainda escolhidos pelo próprio gosto, respira esse ar, que por vezes está contaminado, lhe é permitido refletir, talvez com um passado difícil e um presente doído. Já se imaginou com 140 anos de idade?
Será possível tecnologicamente, já nos foi dito pelos espertos, porém creio que desses que respiram no planeta até o momento, nenhum terá direito a essa pílula de cor desconhecida ainda, que proporcionará longevidade.
Fora da vida humana sempre foi possível superar metas além de um cento. Como ocorreu com um restaurante que fica em São Paulo, o “Carlino”, cujo DNA é mais antigo que a Proclamação da República, 140 anos, mas o cardápio e as comidas estão atualizadas. De tradicional administração, a famiglia Italiana oferece suas habilidades, unida pelo tempo de suas gerações.
Esse passar sempre nos traz recordações e uma lembrança de momentos e ventos que não retornam. Por vezes um alento no espaço humano, acende esperanças aos herdeiros de histórias, algumas doloridas, como foi com a prole do povo que sofreu durante a inquisição. Os ascendentes diretos sefaradi (ibérica,em hebraico), tiveram direito a cidadania Portuguesa. Mais de 50 mil descendentes de judeus sefardistas pediram passaporte luso. Isso ocorreu porque Portugal concedeu cidadania pra essa gente, pelo fato de seus antepassados terem sido perseguidos e expulsos da Península Ibérica, a 400 anos.
<span;>Essa existência, com o tempero da história e belos feitos contemporâneos, é construída por homens generosos, que  redesenham destinos em um cardápio saudável, oferecido a quem sofreu sem sentido no passado.
<span;>Como Machado de Assis escreveu no livro, “Pai contra Mãe”, o fato do ser humano ligar ferros aos negros escravos, não tem sentido, tanta crueldade e ausência de humanismo, pra dizer que alguns seres agudos e doentes, transformaram a história humana num mar de lama, como é o pós guerra. O Paradoxo atual, está na valorização excessiva e radical, às relações bélicas com a sociedade, que desfilam maior valor que o ensino formal, motivado pelo conteúdo literário como benesse, e base na formação intelectual e crítica de uma sociedade.
<span;>Mas homens de bem acabam por nos mostrar quais eventos humanos podem conter nobres acontecimentos, voltados para o que é mais valoroso, a história de nossa civilização. Como a Tábua de Argila, que foi levada de volta ao museu do Iraque. Ela contém escrita cuneiforme, feita há 3,6 mil anos na antiga Suméria, composta de um trecho da “Epopeia de Gilgamesh”, considerada a história literária mais antiga da humanidade, precedendo até mesmo a Ilíada e a Odisséia de Homero. Essa recordação não carrega balas e sangue, mas sim um evento em torno da relação entre Gilgamés e seu amigo, Enquidu. Ilustradas na pedra em forma de um grande poema, constituído por doze placas, cada uma contendo 300 versos, e neles as desventuras de duas vidas, lembrando eventos lúdicos de uma existência.

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