A Mulher de Branco

Foto(Alex Fu)

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A mulher de branco

Eugênia Câmara

Dona Firmina e Seu Joaquim, quando se aposentaram, compraram um sítio no interior de Itaara, uma cidadezinha de 5 mil habitantes. Tudo parecia maravilhoso no começo, mas com o passar do tempo, o casal ficou sabendo de histórias assustadoras sobre uma casa branca, abandonada, que ficava no final da estrada. Diziam que ali morava um fantasma, que aparecia sempre que alguém entrava no terreno onde estava construída a casa, que agora está depredada.

O casal, quando tinha que passar pela frente dessa casa, virava a cabeça para o outro lado para que o fantasma não os visse. Eles acreditavam que, se o fantasma não olhasse para eles, nada aconteceria.

E assim os anos se passaram, sempre ouvindo uma história daqui outra dali, mas nenhum dos dois tinha visto o tal fantasma. Sabiam que o fantasma era uma mulher com um vestido branco e longo que circulava por ali e assustava as pessoas.

Certo dia, os dois netos – Pedro de 11 anos e Érico de 09 anos – de Firmina e Joaquim foram passar alguns dias de férias no sítio dos avós e, a primeira coisa que as crianças ouviram dos avós foi:

– Não vão até a casa abandonada no final da estrada. Dizem que tem fantasma naquela casa abandonada.

Mas, como toda boa criança que se preza, esse comentário, ou aviso, só serviu para aguçar a curiosidade dos pequenos.

Após quase uma semana sendo vigiados pela avó, o irmão mais velho viu que a avó estava preparando um pão e convidou o irmão para irem até a casa do fantasma, o que foi rechaçado pelo irmão mais novo. Evidente que Érico estava com medo, afinal os avós tinham assustado os netos com essa história de fantasma. Mas o irmão mais velho dizia que fantasma não existe. Só em filme de criança.

Convencido pelo irmão mais velho, lá vão os dois em direção a casa. Mal chegaram na frente, Érico disse que estava com medo. Então Pedro disse que não precisava ter medo porque fantasmas não existiam e, se ele continuasse com medo, que desse a mão para ele. O que foi prontamente realizado pelo irmãozinho.

De repente, ouve-se um grito e os dois saem correndo em direção a casa da avó gritando:

– Vó, vó, o fantasma apareceu.

Imediatamente a avó foi ao encontro dos netos e disse:

– O que vocês viram?

-Um fantasma, vó. Ela estava toda de branco. Ficamos com muito medo. – disse o irmão menor.

Pedro não dizia nada. Estava pálido como uma folha de papel. Só conseguia balbuciar:

– É verdade… Criança não mente!!!!

Imediatamente os avós fizeram as malas e fugiram do sítio deixando para trás o maravilhoso pão que a avó tinha recém desenformado.

Nunca mais voltaram.

Dizem, quem mora ali por perto, que o fantasma da mulher de branco realmente existe, mas só aparece no dia de lua cheia.

.@mecalves

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