A Escrita como Caminho

Por Selma Pugliesi

A Escrita como caminho
 
Você sabia que o exercício da escrita pode ser uma forma de mostrar ao mundo o que não está bem? Quando escrevemos também devolvemos ao mundo aquilo que nos adoece. A escrita como caminho da transformação, da transcendência, da resiliência. 
O ato de sentar-se, pegar um lápis (ou uma caneta) nos estimula a organizar o pensamento, a olhar para nossas emoções, ainda que pareçam caóticas e confusas.
Uma certa ordem vai se manifestando à cognição, essa capacidade de apreender a realidade, absorver os fenômenos no entorno, capacidade muitas vezes distorcida.   Momento de introspecção involuntária, escrever é uma arte que traz evolução e desenvolvimento pessoal, autoconhecimento. É uma via terapêutica!
Diários…ah quem nunca os redigiu na adolescência? E trancávamos às sete chaves. Ali, segredos que ao longo do tempo, perdiam o sentido…mas lá estava o mais íntimo de nós. Há que se ter cuidado em publicar esses registros… E o que dizer da importância de interpretar textos? Quanto mais leitura, melhor a escrita e maior a capacidade de interpretar o nosso entorno, sendo o ato de escrever uma conexão com o mundo, com a vida, com o outro. Amplia nossos horizontes, abrem-se perspectivas, recria-se novos desfechos, desatando nós mentais num processo de reinvenção criativa da vida!
Esse ímpeto que a escrita mobiliza, implica numa outra compreensão daquele momento, como se nossos dragões internos estivessem ao nosso lado, sussurrando em nossos ouvidos  a reinventar possibilidades na expressão do que somos e sonhamos. 
Assim como a música, a escrita ativa uma área importante do cérebro, o córtex pré-frontal, afirma a Psicóloga Ana Maria Rossi: “Escrever nos traz boas sensações, mobilizando nossa energia psico-física, reorganizando nossa fisiologia”. 
Permita que a sua voz aflore, mas policie-se para que seu texto não seja um amontoado de experiências vazias, a erudição das palavras cabe na medida certa, sem perder a conexão com quem lê. É um desafio, especialmente para quem valoriza o rebuscado e se prende de forma rígida à sintaxe. Há muitos textos que leio e fico me perguntando : “Qual o sentido disso?” e imediatamente me vem uma resposta: O escritor ficou preso às regras, às formas rígidas, perdeu a conexão com o leitor. Esqueceu do lúdico. O maior desafio: escrever bem, respeitando regras gramaticais, mas nunca abandonar o vínculo com a alma de quem lê, além de criar pontes para infinitas possibilidades, dentro da escrita literária.
E então, você se inspirou em traçar novos caminhos? Vem com a gente!
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@selmapugliesi

 

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2 comentários sobre “A Escrita como Caminho

  1. Minha cara, a foto acompanha com maestria tua nobre descrição do artista com caneta, se é que ainda nos aceitam assim.
    Parabéns pelo texto.

  2. Adorei seu texto, principalmente a função da escrita em criar pontes para infinitas possibilidades dentro da escrita literária.
    Sinto falta de um grupo assim…..leitura e escrita.

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