Suor

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Samara Lima

Jorge Amado foi comunista, socialista, marxista, etc. Bom, como queiram definir suas particularidades. O caso é o seguinte: Amado escrevia sobre o povo e para o povo. Seus livros são entremeados de personagens complexos, sofridos, comuns e brutais. Ele escrevia a realidade e a intragável diferença de classes. Com Suor não é diferente, terceiro livro publicado pelo autor. A história transcorre na Bahia, em um sobrado da ladeira do Pelourinho, cujo número é o 68.

Ao ler o livro, lembrei-me d’O Cortiço de Aluísio Azevedo. Os ocupantes do local eram animalizados, tratados de forma desumana, passavam dificuldades, viviam na mais extrema miséria, e sobreviviam como bichos. Era no Sobrado, assim como no Cortiço, que os habitantes coexistiam, todos os tipos se misturavam, debaixo do mesmo teto, compartilhando a mesma latrina fétida. E assim, Amado descrevia brevemente cada morador, suas angústias, seus medos, sua fome e suas mazelas.

O livro tem alto teor marxista, e ao lê-lo, percebemos a crítica ao capitalismo, sendo o escritor comunista na época em que o escreveu. No entanto, em testemunho, Jorge viu, trabalhadores explorados até o último fio de cabelo. O escritor escreveu sobre os aspectos sociais, econômicos, políticos e religiosos da Bahia do início do século XX. Suor é uma história simples, mas impactante. Com descrições do ambiente insalubre e de seus moradores. Ao final do livro, percebemos o proletariado, a protestar contra o governo. Mesmo que inutilmente, mas com os braços erguidos, em sinal de manifestação.

@samarinha.123

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