Volta ao campo sem sair de casa!

Volta ao campo sem sair de casa!

Raul Tartarotti 

O aumento do consumo de ovos nos EUA provocou o acolhimento inesperado e volumoso, de pintinhos nas residências daquele país.

 

Parece uma nova linhagem de pets, e com uma segunda função nos lares americanos.

Fornecer comida.

 

É uma consequência da crise sanitária provocada pelo corona, esse vírus maldito que segue forçando as pessoas, criarem formas de fugir de um tiro fatal no pulmão.

 

A mudança é parte de um fenômeno maior, pois, uma porção da população, se interessa por cultivar e produzir alimentos em casa.

 

Esse seria um retorno aos tempos da produção agrícola, Pré-Revolução industrial do século XIX.

 

Imaginem que delícia comer verduras e legumes plantados á beira da janela da cozinha, frescos e colhidos na hora do almoço.

 

Enquanto passamos a mão na cabeça da galinha que mora ao lado da geladeira, e nos presenteia com ovos ainda quentes, chocados em casa, passando agora a se chamarem, ovos de apartamento.

 

Para a sobremesa, teríamos um pêssego colhido no pé, plantado no vaso atrás da máquina de lava roupa.

 

É um novo formato de mini fazenda “in home”, com plantações legais, orgânicas e baratas.

 

Comer carne de porco ou vaca, criada e processada dentro de nossos lares, fica mais complicado. Imagine aquele porco roncando toda noite no banheiro? Melhor ficar somente com o ronco da família, para que ninguém associe corte no pescoço a quem ronca em casa.

 

A pizza da sexta-feira seria montada com tomates frescos plantados ao lado da TV na sala, juntamente com a rúcula que vem do vaso no chão próximo ao sofá. Saibam que ela gosta do sol da manhã, não esqueçam que o solo deve estar sempre úmido, mas nunca encharcado. É preciso regar a terra todos os dias, uma vez pela manhã e a outra no final da tarde, sem exageros.

 

O que está acontecendo na terra do Tio Sam é que aumentaram os preços de uma grande variedade de produtos, forçando o povo a se virar em casa.

 

Uma gripe aviária fez sumir com as galinhas dos aviários, que provocou a corrida ao pinto pet.

 

Essa consequência da alta de preços, associado ao desejo de alimentação saudável, surge como um boicote a pagar mais pelo mesmo.

 

Os danos da ganância pela alta em função da falta, sempre prejudicaram aquele que teve a ideia de explorar esse fato.

 

Assim o tombo maior será dessas mentes gananciosas, que miram somente seu bolso e umbigos.

 

A alface solidária, residencial, junto aos ovos mexidos e tomates secos, foram as soluções para vencer o caro capitalismo. É uma volta ao campo sem sair de casa.

 

@raultarr

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