Um canto novo
Um canto novo
Isabel Teixeira de Souza
Num canto novo, onde todos os acordes me acordavam para o belo, descansei… Percebi o sol mais brilhante, a lua mais clara, o céu mais azul, o universo no grão de areia.
Desse canto fez-se sala de estar e ficar, música alegre, convite a dançar, desejo de permanecer e continuar…
O canto foi para a cozinha novos tons, novos sons, novos sabores, um cardápio de vida nunca antes experimentado. Ritmos novos, outro volume, novas faixas…
O canto chegou ao quarto, lá se espalhou como o som do mundo novo, tudo vibrava, reluzia, o som era lindo, o grave mais limpo. No quarto não era só um canto, era completo, era inteiro, era melodia, partitura, banda, conjunto, orquestra, show, turnê…
Do canto fez-se casa, morada, quarteirão, bairro, cidade, estado, país, continente, planeta, galáxia, existência, o universo no grão de areia.
Tive um pesadelo, acordei em prantos, olhei para cada canto, não havia você, como um encanto, você se foi como se nunca tivesse estado ali. Nada, ninguém, nenhuma palavra. Será que esse canto foi um sonho? Será que esse canto novo é o velho som tantas vezes ouvido?
Não sei se foi sonho ou pesadelo. O canto novo fez-se silencioso, emudecido, mudou-se para outra dimensão. Eu fiquei com a certeza de que a vida, toda ela, é feita de surpresas!
Isabel Teixeira
Psicóloga Clínica
@isabelteixeirapsi