Maldades Obscenas!
Maldades Obscenas!
Raul Tartarotti
O que não pode ser visto, não incomoda, essa máxima nos protege dos males da natureza humana, que insistem surgir durante décadas e afetar as mentes mais frágeis entre nós.
Mesmo no início do século XX, os doentes mentais crônicos eram vistos como “degenerados” e “escória”, o equivalente a criminosos e escroques, por isso a ideia de escondê-los em manicômios foi a saída na época, para resolver as questões ainda desconhecidas de nossa alma.
Nossas dores emocionais são frequentes companhias, sem que tenhamos encomendado sentimentos ruins ou algum interesse em especial pra fritar nossos miolos ainda crus. Buscamos viver com leveza, também porque a ausência de um fardo leva o ser humano tornar-se mais leve e de fácil convívio, e assim atingir um status social atraente e com mais oportunidades mundanas.
O que nos atormenta invariavelmente transborda a frente da próxima companhia, tornando assim pesado o relacionamento com o próximo.
O escritor Milan Kundera escreveu em seu livro ” A insustentável leveza do ser” que o mais pesado dos fardos nos esmaga, verga-nos, comprime-nos contra o chão, ao mesmo tempo, ele é a imagem da realização vital mais intensa. Quanto mais pesado é o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais real e verdadeira ela é.
Vivemos muito pela primeira vez, quase não há tempo para ensaios ao entrar em cena nas ruas, e eventualmente somos recriminados(as) por sermos diferentes, ou a frente dos tempos.
Nos anos 1486, algumas mulheres foram consideradas bruxas por serem hereges ou conhecerem magias incomuns, e também por suas atitudes contra o machismo reinante, foram condenadas á morte pela Inquisição.
A maior inovação da obra do inquisidor Institoris (Kraemer) foi justamente atribuir exclusivamente à mulher a condição de “bruxa”.
Antes da publicação do livro Malleus Maleficarum, ou “O Martelo das Feiticeiras“, e de posse da bula papal, ele havia empreendido esforços para processar mulheres suspeitas de bruxaria. Sempre é mais fácil atacar o fraco, o desconhecido, porque o covarde precisa justificar seus atos como o fez Adolf Hitler, que certa vez disse a um de seus Generais, se não existissem os judeus, precisaríamos criá-los, para justificar nosso ódio. O inquisidor Institoris, durante um interrogatório preliminar, procurou conectar a mulher a um desvio sexual feminino e a bruxaria.
Assim justificou suas maldades obscenas, contra as criaturas desavisadas.
Parabéns amigo. Até hoje o processo é o mesmo e isso revolta.
Lamento muito, sei de sua luta e me junto a você por dias melhores.
obrigado pelo comentário Valdi.
Saudades de nosso sarau.
Saudações literárias.
Raul