Por Eugênia Câmara

Amizade

O ano de 2020 nos brindou com um cenário diferente. Nada de aglomerações nem abraços ou beijos. Foi um ano de reclusão, mortes, choros, inseguranças, desemprego e isolamento social. Cada um na sua casa com medo do bicho papão. Em alguns lares ele conseguiu entrar e ceifar vidas, noutros a sua fúria foi mais branda e teve aqueles que não teve tempo de entrar.

Mas, como em toda a tragédia, existe o lado bom da história. Por conta de todo esse panorama, tivemos que nos reinventar, criar novos hábitos e novos desafios.  Até porque, a vida não podia parar. O trabalho, as aulas, reuniões, palestras, encontros, desencontros, on line e off line passaram a fazer parte do nosso dia a dia. Virou ritual.

Esse hábito fez com que revessemos conceitos e pré conceitos. Mudamos. Atualizamos. Nunca se usou tanto a internet como nesse período, desde aulas a transações bancárias, passando por amizades e saudades.

Amizades foram formadas e moldadas via internet. Ficamos íntimos de pessoas desconhecidas. Criamos vínculos afetivos e profissionais. A vida não pode parar.

E foi nesse momento que nasceu nossa amizade. De um simples curso (on line pandêmico) que nos conhecemos virtualmente. Nunca nos vimos. Nos veremos um dia? Quem sabe, talvez sim, talvez não. Mas isso é o que menos importa. O que faz a diferença é que nos conhecemos on line. Um colega de curso. Rimos, brincamos e nos conhecemos em 12 semanas.

Continuo sem te conhecer pessoalmente, mas já o conheço. Isso, a pandemia nos proporcionou. O conhecimento sem conhecer. É o acreditar no “inside”, no sexto sentido.

Planos foram criados durante esse período. Alguns já executados, outros nem tanto e que ficaram apenas no papel. Por isso nos conhecemos (virtualmente). Me convidasse para participar do teu site. Aceitei sem nem te conhecer – pessoalmente. Mas conheço tua alma de escritor.

E tu, confiasse nas minhas palavras, na minha crença e no meu desafio. Nasceu uma amizade virtual, de confiança, coragem, fé e esperança de que nada mudou. Continuamos os mesmos, acreditando que, no final, tudo dará certo. Até porque, nada será como antes.

@mecalves