algoritmos
Por Elizabeth de Souza
Algoritmos-Imagem retirada do site httpsoutraspalavras.net
Ah, esses malditos algoritmos nos jogando em bolhas imperfuráveis. Ah, esse maldito formato zuckerberg diagramando nossas vidas.
Estamos presos, gostamos de estar presos, pedimos e imploramos pela prisão. A liberdade em nossos dias, perdeu o sentido. Será por que estamos descrentes de tudo? No entanto, seguimos crendo no que estamos vendo todos os dias, sem questionar. E o que estamos vendo são forjados pelos malditos algoritmos.
Humanos e máquinas apenas executando tarefas matemáticas para agradar e manipular. Estamos conectados e abrindo a mente e as emoções diante de aparelhos que podem fazer cálculos matemáticos precisos. Calculam para saber do que gostamos, comemos, queremos, e o que vamos fazer mais tarde. E funciona tão bem, que ficamos na impressão que os deuses ouvem as nossas vozes entrecortadas, os nossos sussurros amorosos e as nossas falas em sonhos suados à noite…E esses deuses dão respostas rápidas.
Bots trabalhando, IA na labuta para encontrar soluções matemáticas apropriadas, estimulando o consumismo…humanos zumbificados pela tecnologia e eu sigo apreciando as obras de Steve Cutts, nosso contemporâneo que tão bem retrata esse momento caótico.
O califado Abássida e seu astrônomo nunca imaginou que seu nome Al-Khwarizmi cairia nas redes mundiais de forma tão popular e no submundo dessa rede estariam os incels espumando de raiva, fugindo do exposed a que todos estamos sujeitos a todo instante. Uma realidade devastadora! Na verdade uma distorção da realidade contemporânea como diz Jaron Lanier. Ele, um dos grandes do Vale do Silício, o gênio da realidade virtual, também um dos idealistas que pensavam no início, que iriam revolucionar o mundo através da tecnologia. Hoje, a luta dele é outra, mostrando todo o mal que ela também causa às pessoas, à sociedade e às nações. Escreve seus livros, faz palestras para alertar que a tecnologia é uma grande aliada da mudança e da revolução, mas também é a forma mais fácil de manipular as pessoas apenas as tornando escravas dos algoritmos.
Jaron Lanier
Tudo isso dá medo e ainda nem tive coragem de assistir o documentário “Dilema das Redes”, mas costumo ler JaronLanier…É uma paranoia inventada?
(Todos os amigos que conheço, que atuam nessa área usam os celulares com muito cuidado e colocam uma fita crepe na câmera do notebook, por quê? Os gênios do Vale do Silício não deixam seus filhos em redes sociais, por quê?).
E como já dizia nosso Raulzito, grande profeta:
Paranoia
Raul Seixas
Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu
Eu sinto medo!
Eu sinto medo!
Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!
Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre
Sempre, sempre
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!
Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!
Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Paranóia
Dedico esta canção
Paranóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo
Muito grata por publicar meu texto no seu site querido amigo Raul. Uma boa parceria. Abraço!
Elizabeth
Seja sempre bem vinda Elizabeth, será uma honra compartilhar suas reflexões aqui.
Grande abraço.