À luz de archotes
À luz de archotes
Por Geórgia Alves
O alumno não fez o dever de casa. E fala, fala, falam. Escrevem o quê? Poesia? Me pergunto: Ué? E não houvera, bem antes, outra escolha? Pelas Letras jurídicas? Falam e falam. Não.
O alumno, no seu primeiro caderno de poesia, não fez o dever de casa. E agora o dito ecoa para sempre. Inefável. Não fez nada de futuro escrevendo discurso fora do tempo presente. Que escrever se não passara antes pela baixada...Nenhum passeíto pela Baixada baixada. Traz o chiado na fala empolorada.
Ó corolário!
Quem escreve no caderno do poesia, não prediz por um país? Então, não está no lugar da fala. Quem ministra por um país, não resvala. Pediu-se por um tiro de misericórdia. Um tiro na bala de prata e? Ah, estaríamos salvas! Mas não foi o que se deu.
E os salmos, os salvos. Os salvos não salvam. Não, “estejamos” atentos. Isso foi bem antes.
Não no futuro. No fundo, o que resta não é mesmo o instante? Se estiver infeliz, a ação é agora.
Ah, Miró...
Tu, preto, pobre, periférico. Tu, Poeta, de fato e não de direito, tens a razão. “O futuro ainda não existe”.
Agora, Marielle é morta. Nos inebriam com tais palavras polidas. Enquanto “estejamos” com pescoços nas cordas, cordas vocais sórdidas... Corsários de costas.
Nas costas do Atlântico, tudo é vasto e inefável. Onírico. As largas crostas sedimentadas.
Nefastas, inefáveis.
Seguem tatuadas em tua prle. As infinitum. Teu latim fraco. Aqui se diz: gala rala. E nossa pele...
Nossas peles tatuadas
Enquanto portamos verbos futurísticos, miliciam. Fortemente armados.Seguimos em gerúndio, subestimando, novamente.
Novamente? Tudo novamente. Sob o manto, os leões da República miam. Bebem leite.
Leite condensado. E nós? Só nós pagamos caro. No presente, ah bem presente.
Teus discursos fizeram dessa travessia, cousa parnasiana, pelo Capibaribe de 1800, à luz de archotes.
…
@georgia.alves1
Sua poesia fica cada vez melhor, cada vez que se lê. Cada vez que se deixa levar pelo ritmo.
Poxa, poeta. Sinto me na escada rsrs embora na estrada já seria o bastante. Abraço fraterno, Valdi.
Cárin, melhor que tu gostou. Xêro 🤍