A CONDIÇÃO HUMANA COMO VALOR SUPREMO

A CONDIÇÃO HUMANA COMO VALOR SUPREMO

Devanildo Souza

Por dever ou conforme o dever? Falara o prussiano ao desnudar a ideia de que é possível ser ético sem ser moral.

Mas por que respeitar os marcos imortais da humanidade se tudo pode ser tido por efêmero?

Por que dizer a verdade se, de fato, pode não haver vida após a morte?

Hamlet, olhando para a caveira, vê diante de seus olhos o fato de que a morte é um mal irremediável e que põe em pé de igualdade todos e todas.

A finitude da vida descortina nossa pequenez diante de algo inexorável, pois – com ou sem uma autoridade que norteia nossas ações -, seja ela teológica ou ideológica, parece ser notório que todos os ídolos parecem ter pés de argila.

Se os deuses são frágeis, o que pensar de nós mortais humanos?

Porém, deuses e ideias não morrem, mas os seres humanos sim. Deuses, quando muito, no máximo são esquecidos. Já os humanos, inseridos no mundo da vida, quando desprestigiados ou coisificados em nome das vilanias e maldades praticadas por seus pares, pegam com a própria vida, com a liberdade ou com dores irreparáveis.

Do Crepúsculos dos Ídolos ao crepúsculo de um ídolo, deveras imprescindível proteger o mais vulnerável – o ser humano.

Pois de nada adianta se apegar a qualquer maquiagem na tentativa vã de esconder o essencial, pois essencial é invisível aos olhos, mas perceptível ao bom senso movido por valores imperativos consagrados pelo campo social que pertencemos.

O habitus, como afirmara Bourdieu, é uma subjetividade socializada.

Por vezes, constrange valores efêmeros e pode promover valores humanitários.

O processo de laicização do pensamento kantiano, inegavelmente, por mais que possa ser passível de críticas, é um marco para o pensamento da humanidade, pois fomenta no ser humano o ideal de se colocar no lugar do outro.

O respeito à condição humana e amar o outro como a si mesmo. Não por um mandamento celestial, mas “por dever”. Não somente “conforme o dever” ou – muito menos – quando lhes for conveniente ou vantajoso.

Petrolina, PE, 26 novembro de 2022

@devanildodeamorimsouza

 

 

 

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