A história nos presenteia!

Raul Tartarotti 

Alguns acontecimentos ocorrem no mesmo dia para torná-lo famoso, assim como seus participes, figuras importantes da história.

Em 21 de fevereiro último se deu o aniversário de morte de Ángela Loij López, a última indígenas da Terra del Fuego, localizada quase no fim do mundo. Ela era descendente pura dos Selk’nam que falava sua língua, e desapareceu assim como tantas outras a cada duas semanas. Há cerca de mil anos os Selk’nam eram os donos da Terra del Fuego, o Karukinka. Aproximadamente 150 anos atrás, haviam somente 4000 deles em toda ilha. Diversos desastres humanos dizimaram esse povo até seu último personagem em 1974.

Nessa mesma data no ano de 1933 nasceu na cidade de Tryon, na Carolina do Norte, Eunice Kathleen Waymon (Nina Simone), Negra, de origem humilde, pai marceneiro, mãe empregada doméstica e ministra metodista. Nina frequentava a igreja com a família, e foi lá que teve seu primeiro contato com o piano, quando tinha quatro anos. Desde então, passou a tocar na igreja acompanhando o coral e, aos sete anos, participou de seu primeiro recital.
Aquela apresentação foi um divisor de águas, pois, foi assistida pela professora de piano Muriel Mazzanovich — figura fundamental em seu aprendizado, responsável por sua iniciação na música clássica e pela criação do Fundo Eunice Waymon, iniciado para que ela pudesse dar continuidade aos estudos de piano clássico. Sua música mais aclamada “Mississipi Goddamn” lançada em 1964, transformou-se em hino do movimento negro estadunidense, e entrou para a história americana.

Outra bela história que completou 150 anos em 21 de fevereiro, foi a chegada do navio francês “La Sofia” que partiu de Gênova na Itália em direção ao Brasil, com duração de um mês e meio, onde famílias instaladas em condições precárias, se agarraram à esperança de um futuro próspero do outro lado do oceano. Assim iniciou a imigração italiana no Brasil, com cerca de 400 italianos, que desembarcaram no Espírito Santo. Essa investida alterou para sempre não somente a vida de cada um desses desbravadores, mas a cultura e a economia, brasileiras, que ganharam contornos italianos inegáveis desde então.

A história nos presenteia com desventuras, emoções e descobertas, vividas por corajosas personalidades do passado que proporcionaram riqueza a muita cultura aos povos vindouros, nos cabe o respeito e divulgar suas histórias.

@raultarr