Uma resposta polida!
Uma resposta polida!
Raul Tartarotti
Como poderíamos imaginar uma obra literária desclassificada da concorrência ao Prêmio Jabuti, pela Câmara Brasileira do Livro. Talvez um critério que avalie os maus costumes das técnicas de um autor pouco habilidoso, ou quem sabe o que foi apresentado tenha sido cópia fiel de um terceiro que não receberá nenhuma pataca furada caso o vencedor fique com o prêmio máximo.
Dessa vez não foram esses os critérios que excluíram o “designer” Vicente Pessôa, da concorrência ao prêmio com suas 50 ilustrações feitas para a edição do Clube de Leitura Clássica do romance de Mary Shelley.
A Câmara desclassificou a obra Frankenstein da disputa, porque Vicente utilizou ferramentas de Inteligência Artificial para criar as ilustrações, cujo livro, inclusive, constava coautoria de um robô.
Muitos artistas e outros profissionais do livro organizaram uma carta aberta a CBL contra obras realizadas com IA, além de manifestações nas redes sociais, contra essa forma de arte.
Para as próximas edições a CBL pretende abrir discussão sobre a utilização da IA, em função dos princípios de defesa dos direitos autorais.
Resolvi perguntar ao chatGPTse é justo para o ser humano ser substituído pela IA na construção das artes. Segue a resposta:
– “A questão da justiça na substituição humana por inteligência artificial na criação artística é complexa.
Alguns argumentam que a IA pode expandir a criatividade, enquanto outros se preocupam com a perda da singularidade humana na expressão artística.
A justiça depende da perspectiva e das considerações éticas de cada indivíduo”.
Uma resposta polida e política, que pressupõe análise ética que não creio ser o caso, mas sim avaliação do aspecto criativo de quem produz a arte, seja ela qual for.
O fato mais importante é que o Dr. Miguel Nicolelis, Neurocientista, deixou muito claro em suas pesquisas sobre a inexistência de inteligência artificial, porque ela não passa de uma memória gigante, baseada no passado, e que não possui capacidade de sonhar e criar, que são características únicas da inteligência humana, intuitiva e emocional, vizinhas da consciência humana, capaz de transformar o que possuímos em mente.
Lamento informar aos amantes de seu PC que ele não fará às vezes de seus familiares e amigos em suas vidas.
A única vantagem que me ocorre conversando com a IA, a segundos de encerrar essa crônica, é a possibilidade em silenciar a mesma com um simples toque no botão de desligar.
@raultarr