O dia em que salvei Dóri

O dia em que salvei Dóri

Georgia Alves

Inestimável por várias razões, a personagem criada por animadores e roteiristas brilhantes da Disney Filmes, originalmente chamada de Dory – escrevi aqui de forma abrasileirada seu nome – é também inesquecível por vários motivos. Com uma grande dificuldade na absorção das informações mais simples, a peixinha tem um caráter extraordinário. Outra característica de se dedicar aos amigos ou mesmo recém-conhecidos. Uma solidariedade que causa mais espanto que sua “perda de memória recente”, dado o egoísmo e a incompreensão, a falta de educação e cortesia, que paira sobre a terra nos dias de hoje. Por que é mesmo que Dory vai ajudar Marlim, naquele filme de 2003, a procurar o seu filho Nemo? Não existe um motivo. Nenhuma razão, explicação, motivação exceto, a gente entende assim, o caráter benevolente e generoso de Dory. Pois é impossível não guardá-la para sempre, na memória e no coração, depois de saber que mesmo sendo uma peixinha exista alguém assim. Dory ganhou sua própria narrativa em 2015, o título do filme traduzido como “Procurando Dory”, para ver onde seus criadores chegaram graças à força de seu carisma e extraordinária personalidade. Pois bem, meu ano novo ainda nem começou e já a chance de salvar Dóri – ou uma versão muito semelhante em águas mornas do Litoral Pernambucano – de horrível fragmento de rede de pescar terrivelmente enganchado que estava, preso às suas nadadeiras, entre as pedras de uma Enseadinha. Tenho por hábito imaginar uma espécie de diálogo nessas datas mais signifitivas com o “universo”. Naquele instante experimentava um dos momentos de mais extraordinário encontro com a paz. Aquela sensação de “estou fazendo a minha parte ou pelo menos o melhor que posso”. Foi justamente quando essa reflexão me ocorreu que pude salvar a peixinha. Nunca serei capaz de esquecer o dia em que salvei Dóri.

 

@georgia.alves1

13350cookie-checkO dia em que salvei Dóri

2 comentários sobre “O dia em que salvei Dóri

  1. Gostei muito de ler sua crônica, Georgia, e que me fez lembrar que as pessoas não entendem bem quando uma atitude dóri surge em nossas vidas.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.